O Dispositivo Intrauterino (DIU) e o Implante Contraceptivo são os métodos com maior índice de eficácia contraceptiva atualmente. São os chamados LARCs – Long Acting Reversible Contraceptives, traduzindo, métodos reversíveis de longa duração.
SUMARIO:
- DIU: O Que É e Como Funciona?
- Implante Contraceptivo: Visão Geral E Mecanismo De Ação
- Eficácia do DIU e do Implante: Comparações e Estatísticas
- Contraindicações e Quem Deve Evitar Cada Método:

Conheça sua ginecologista, somente ela poderá te indicar o melhor método. De forma personalizada, observando todas as indicações e contra indicações de cada método, seus hábitos, sua opinião, respeitando a sua individualidade, de forma carinhosa e acolhedora.
A Dra Arleia Ribeiro, CRM 5253598-1 RQE 45110 RJ, médica ginecologista há mais de 30 anos, possui Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (TEGO), é membro da Sociedade de Patologia Cervical e Colposcopia (SPTGIC), é Mestre em Saúde Materno Infantil pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
Atua como preceptora da Residência Médica em Ginecologia no Hospital Central do Exército(HCE) e do Internato Médico da Universidade Estácio de Sá no Ambulatório de Ginecologia do HCE .
Está sempre se atualizando com o propósito de oferecer um melhor serviço em seu consultório à rua Gavião Peixoto 70, sala 1607. Icaraí, Niterói. RJ.
DIU: O Que é e Como Funciona
O DIU é um método contraceptivo de longa duração e alta eficácia, amplamente utilizado em todo o mundo. Este pequeno dispositivo é inserido no útero, podendo permanecer por muitos anos, e ser retirado quando a mulher desejar, voltando à ter seus ciclos menstruais normais e à fertilidade em pouco tempo
Tipos de DIU:
- Cobre: Libera pequenas quantidades de cobre no útero.Ele pode durar até 10 anos.
- Hormonal: Libera uma pequena quantidade de hormônio. Este pode durar entre 3 a 5 anos, dependendo da marca.
Procedimento de Inserção e Remoção
- Inserção: Com a paciente em posição ginecológica, é colocado o espéculo vaginal, realizada uma avaliação do colo e assepsia. Normalmente realizo o procedimento com anestesia local. Segue-se então, o pinçamento do colo e a medida do útero. Após isso é introduz-se o dispositivo na cavidade uterina, e a retirado do excesso do fio. O procedimento é rápido e causa um pequeno desconforto ou dor, mesmo fazendo a anestesia local. Tudo isso é realizado após consulta médica e deve ser feito por um ginecologista. É necessário exame de Papanicolaou, Ultrassonografia transvaginal e um exame de BHCG. Pode ser realizada a retirada no mesmo dia de uma nova inserção
- Remoção: A remoção também é um procedimento simples e pode ser realizada a qualquer momento, devolvendo a fertilidade normal rapidamente.
Benefícios:
- Alta Eficácia: É um dos métodos contraceptivos mais eficazes disponíveis, com uma taxa de falha inferior a 1%.
- Longa Duração: Dependendo do tipo, pode durar de 3 a 10 anos, proporcionando proteção contraceptiva de longa duração sem a necessidade de manutenção diária.
- Reversibilidade: A fertilidade é rapidamente restaurada após a remoção do DIU, tornando-o uma opção atraente para mulheres que desejam ter filhos no futuro.
- Conveniência: Após a inserção, esse método não requer nenhuma ação diária, semanal ou mensal por parte da usuária, ao contrário de outros métodos como pílulas ou anéis vaginais.
- Opções Hormonais e Não Hormonais: Isso permite que as mulheres escolham a opção que melhor se adapta às suas necessidades e preferências.
- Redução de Sangramento Menstrual: O DIU hormonal pode reduzir significativamente o sangramento menstrual e as cólicas em muitas mulheres, sendo uma opção terapêutica para aquelas que sofrem de menorragia (fluxo menstrual intenso) ou após a menopausa na terapia hormonal.
Considerações:
- Efeitos Colaterais Iniciais: Algumas mulheres podem experimentar cólicas, sangramento irregular ou manchas nos primeiros meses.
- Riscos de Complicações: Embora raro, existe o risco de complicações como perfuração uterina durante a inserção ou expulsão.
- Não Protege Contra ISTs: Esse método não oferece proteção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). O uso de preservativos ainda é recomendado para prevenção de ISTs.
- Possíveis Alterações Menstruais: O de cobre pode aumentar o fluxo menstrual e as cólicas em algumas mulheres, enquanto o hormonal pode causar sangramento irregular ou ausência de menstruação.
- Consulta Médica Regular: É importante realizar check-up regular para garantir que o dispositivo esteja corretamente posicionado e funcionando adequadamente.
Quando a opção é o DIU:
Essa é uma opção excelente para mulheres que buscam um método contraceptivo altamente eficaz e de longa duração. No entanto, é crucial discutir com um profissional de saúde para determinar se é a escolha certa, levando em consideração os benefícios e possíveis efeitos colaterais. A decisão informada e personalizada é fundamental para garantir a melhor experiência e eficácia do método contraceptivo.
Implante Contraceptivo: Visão Geral e Mecanismo de Ação
O implante contraceptivo é uma forma eficaz de contracepção hormonal de longa duração. Este pequeno dispositivo, com 4 cm de comprimento, e 2 mm de diâmetro que libera hormônio progestagênio. É inserido sob a pele do braço e fornece proteção contra a gravidez por até três anos.
É um método, eficaz e de baixa manutenção. Com a facilidade de inserção e remoção e uma alta taxa de eficácia, o implante oferece uma solução confiável e conveniente.
Ele age suprimindo a ovulação, inibindo a liberação de óvulos pelos ovários, também espessando o muco cervical, tornando o muco no colo do útero mais denso, dificultando a passagem dos espermatozoides. Torna o endométrio, que é a camada de revestimento interno do útero, mais fino, dificultando a implantação do óvulo
Procedimento de Inserção e Remoção:
- Inserção: O implante é colocado sob a pele do braço, na face interna. O procedimento é rápido e é feito com anestesia local para minimizar o desconforto.
- Remoção: A remoção também é um procedimento simples e pode ser realizada a qualquer momento, devolvendo a fertilidade normal rapidamente.
Benefícios:
- Eficácia: Com uma taxa de falha de menos de 1%, o implante contraceptivo é uma das formas mais confiáveis de controle de natalidade.
- Conveniência: Uma vez inserido, não requer manutenção diária ou visitas frequentes ao médico.
- Longa Duração: Proporciona proteção contínua por até três anos.
- Reversibilidade: A fertilidade retorna rapidamente após a remoção do implante.
Considerações:
- Efeitos Colaterais: Algumas mulheres podem experimentar efeitos colaterais como alterações no ciclo menstrual, dor de cabeça, ganho de peso, ou dor no local da inserção.
- Contraindicações: Não é recomendado para mulheres com certas condições médicas, como câncer de mama ou problemas hepáticos.
Quando a opção é o Implante:
O implante contraceptivo é uma excelente opção para mulheres que buscam um método contraceptivo de longa duração, eficaz e de baixa manutenção. Com a facilidade de inserção e remoção e uma alta taxa de eficácia, o implante oferece uma solução confiável e conveniente para o controle de natalidade.
Quadro resumo das vantagens e considerações dos métodos contraceptivos: DIU X Implante Contraceptivo:
DIU: Benefícios e Considerações | Implante Contraceptivo: Benefícios e Considerações |
Benefícios | Benefícios |
Alta eficácia (menos de 1% de taxa de falha) | Alta eficácia (menos de 1% de taxa de falha) |
Longa duração (5 a 10 anos para DIU de cobre, 3 a 5 anos para DIU hormonal) | Longa duração (até 3 anos) |
Baixa manutenção após inserção | Baixa manutenção após inserção |
Não interfere na relação sexual | Não interfere na relação sexual |
O DIU de cobre é livre de hormônios | Retorno rápido da fertilidade após a remoção |
Redução do risco de câncer endometrial (DIU hormonal) | |
Pode ser usado por mulheres que não podem usar hormônios (DIU de cobre) | |
Considerações | Considerações |
Pode causar cólicas e sangramento irregular nos primeiros meses (DIU de Cobre) | Pode causar alterações no ciclo menstrual |
Inserção e remoção requerem procedimento médico | Inserção e remoção requerem procedimento médico |
DIU de cobre pode causar menstruações mais intensas e dolorosas | Possíveis efeitos colaterais: dor de cabeça, ganho de peso, dor no local de inserção |
Não protege contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) | Não protege contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) |
Contraindicado para mulheres com certas condições uterinas ou infecções pélvicas recentes | Contraindicado para mulheres com certas condições médicas, como câncer de mama ou problemas hepáticos |
Pode se deslocar ou ser expulso do útero (raro) |
Eficácia do DIU e do Implante: Comparações e Estatísticas
Taxa de Falha
- Cobre:
- Taxa de falha: Aproximadamente 0,8% no primeiro ano de uso.
- Hormonal:
- Taxa de falha: Aproximadamente 0,2% no primeiro ano de uso.
- Implante Contraceptivo:
- Taxa de falha: Aproximadamente 0,05% no primeiro ano de uso.
Eficácia
- Cobre: Eficácia de 99,2% no primeiro ano.
- Hormonal: Eficácia de 99,8% no primeiro ano.
- Implante Contraceptivo: Eficácia de 99,95% no primeiro ano.
Contraindicações e Quem Deve Evitar Cada Método:
1. DIU (Dispositivo Intrauterino)
Cobre
Contraindicações:
- Alergia ao cobre ou à cerâmica do DIU.
- Doença inflamatória pélvica atual ou recente.
- Sangramento vaginal inexplicado.
- Doença trofoblástica gestacional.
- Câncer cervical ou uterino não tratado.
- Distúrbios anatômicos do útero (ex. fibromas que deformam a cavidade uterina).
Quem Deve Evitar:
- Mulheres com fluxo menstrual intenso ou cólicas menstruais severas, pois o DIU de cobre pode piorar esses sintomas.
- Mulheres com anemia grave, devido ao risco de aumento do sangramento menstrual.
Hormonal
Contraindicações:
- Câncer de mama atual ou prévio.
- Doença hepática grave.
- Sangramento vaginal inexplicado.
- Doença trofoblástica gestacional.
- Malformações uterinas ou fibromas que distorcem a cavidade uterina.
Quem Deve Evitar:
- Mulheres com histórico de câncer de mama.
- Mulheres com doença hepática grave ou tumores hepáticos.
- Mulheres que preferem manter um ciclo menstrual regular, pois o DIU hormonal pode causar amenorreia (ausência de menstruação).
2.Implante Contraceptivo
Contraindicações:
- Câncer de mama atual ou prévio.
- Doença hepática grave.
- Trombose venosa profunda ou embolia pulmonar.
- Sangramento vaginal inexplicado.
Quem Deve Evitar:
- Mulheres com histórico de câncer de mama.
- Mulheres com doença hepática grave ou tumores hepáticos.
- Mulheres com risco elevado de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar.
- Mulheres que podem ter preocupações com a possibilidade de ganho de peso ou alterações de humor, que podem ocorrer com o implante.
Considerações Finais
A escolha entre o DIU e o implante deve ser feita com base em uma avaliação cuidadosa das necessidades individuais, condições de saúde e preferências pessoais. Consultar um ginecologista para discutir todas as opções e possíveis contraindicações é essencial para tomar a decisão mais informada e segura.
Referências Bibliográficas
- American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG). (2018). Long-Acting Reversible Contraception (LARC): IUD and Implant. ACOG Practice Bulletin, Number 186. Disponível em: ACOG
- Trussell, J. (2011). Contraceptive failure in the United States. Contraception, 83(5), 397-404. doi: 10.1016/j.contraception.2011.01.021.
- World Health Organization (WHO). (2019). Contraceptive efficacy of different methods. Disponível em: WHO
- Centers for Disease Control and Prevention (CDC). (2016). U.S. Medical Eligibility Criteria for Contraceptive Use, 2016. Disponível em: CDC