Dra. Arleia Ribeiro

O Dispositivo Intrauterino (DIU) e o Implante Contraceptivo são os métodos com maior índice de eficácia contraceptiva atualmente. São os chamados LARCs – Long Acting Reversible Contraceptives, traduzindo, métodos reversíveis de longa duração.

SUMARIO:

  1. DIU: O Que É e Como Funciona?
  2. Implante Contraceptivo: Visão Geral E Mecanismo De Ação
  3. Eficácia do DIU e do Implante: Comparações e Estatísticas
  4. Contraindicações e Quem Deve Evitar Cada Método:
DIU ou Implante: Como escolher meu contraceptivo?

Conheça sua ginecologista, somente ela poderá te indicar o melhor método. De forma personalizada, observando todas as indicações e contra indicações de cada método, seus hábitos, sua opinião, respeitando a sua individualidade, de forma carinhosa e acolhedora.

A Dra Arleia Ribeiro, CRM 5253598-1 RQE 45110 RJ, médica ginecologista há mais de 30 anos, possui Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (TEGO), é membro da Sociedade de Patologia Cervical e Colposcopia (SPTGIC), é Mestre em Saúde Materno Infantil pela Universidade Federal Fluminense (UFF).

Atua como preceptora da Residência Médica em Ginecologia no Hospital Central do Exército(HCE) e do Internato Médico da Universidade Estácio de Sá no Ambulatório de Ginecologia do HCE .

Está sempre se atualizando com o propósito de oferecer um melhor serviço em seu consultório à rua Gavião Peixoto 70, sala 1607. Icaraí, Niterói. RJ.

DIU: O Que é e Como Funciona

O DIU é um método contraceptivo de longa duração e alta eficácia, amplamente utilizado em todo o mundo. Este pequeno dispositivo é inserido no útero, podendo permanecer por muitos anos, e ser retirado quando a mulher desejar, voltando à ter seus ciclos menstruais normais e à fertilidade em pouco tempo

Tipos de DIU:

  1. Cobre: Libera pequenas quantidades de cobre no útero.Ele pode durar até 10 anos.
  2. Hormonal: Libera uma pequena quantidade de hormônio. Este pode durar entre 3 a 5 anos, dependendo da marca.

Procedimento de Inserção e Remoção

  • Inserção: Com a paciente em posição ginecológica, é colocado o espéculo vaginal, realizada uma avaliação do colo e assepsia. Normalmente realizo o procedimento com anestesia local. Segue-se então, o pinçamento do colo e a medida do útero. Após isso é introduz-se o dispositivo na cavidade uterina, e a retirado do excesso do fio. O procedimento é rápido e causa um pequeno desconforto ou dor, mesmo fazendo a anestesia local. Tudo isso é realizado após consulta médica e deve ser feito por um ginecologista. É necessário exame de Papanicolaou, Ultrassonografia transvaginal e um exame de BHCG. Pode ser realizada a retirada no mesmo dia de uma nova inserção
  • Remoção: A remoção também é um procedimento simples e pode ser realizada a qualquer momento, devolvendo a fertilidade normal rapidamente.

Benefícios:

  1. Alta Eficácia: É um dos métodos contraceptivos mais eficazes disponíveis, com uma taxa de falha inferior a 1%.
  2. Longa Duração: Dependendo do tipo, pode durar de 3 a 10 anos, proporcionando proteção contraceptiva de longa duração sem a necessidade de manutenção diária.
  3. Reversibilidade: A fertilidade é rapidamente restaurada após a remoção do DIU, tornando-o uma opção atraente para mulheres que desejam ter filhos no futuro.
  4. Conveniência: Após a inserção, esse método não requer nenhuma ação diária, semanal ou mensal por parte da usuária, ao contrário de outros métodos como pílulas ou anéis vaginais.
  5. Opções Hormonais e Não Hormonais: Isso permite que as mulheres escolham a opção que melhor se adapta às suas necessidades e preferências.
  6. Redução de Sangramento Menstrual: O DIU hormonal pode reduzir significativamente o sangramento menstrual e as cólicas em muitas mulheres, sendo uma opção terapêutica para aquelas que sofrem de menorragia (fluxo menstrual intenso) ou após a menopausa na terapia hormonal.

Considerações:

  1. Efeitos Colaterais Iniciais: Algumas mulheres podem experimentar cólicas, sangramento irregular ou manchas nos primeiros meses.
  2. Riscos de Complicações: Embora raro, existe o risco de complicações como perfuração uterina durante a inserção ou expulsão.
  3. Não Protege Contra ISTs: Esse método não oferece proteção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). O uso de preservativos ainda é recomendado para prevenção de ISTs.
  4. Possíveis Alterações Menstruais: O de cobre pode aumentar o fluxo menstrual e as cólicas em algumas mulheres, enquanto o hormonal pode causar sangramento irregular ou ausência de menstruação.
  5. Consulta Médica Regular: É importante realizar check-up regular para garantir que o dispositivo esteja corretamente posicionado e funcionando adequadamente.

Quando a opção é o DIU:

Essa é uma opção excelente para mulheres que buscam um método contraceptivo altamente eficaz e de longa duração. No entanto, é crucial discutir com um profissional de saúde para determinar se é a escolha certa, levando em consideração os benefícios e possíveis efeitos colaterais. A decisão informada e personalizada é fundamental para garantir a melhor experiência e eficácia do método contraceptivo.

Implante Contraceptivo: Visão Geral e Mecanismo de Ação

O implante contraceptivo é uma forma eficaz de contracepção hormonal de longa duração. Este pequeno dispositivo, com 4 cm de comprimento, e 2 mm de diâmetro que libera hormônio progestagênio. É inserido sob a pele do braço e fornece proteção contra a gravidez por até três anos.

É um método, eficaz e de baixa manutenção. Com a facilidade de inserção e remoção e uma alta taxa de eficácia, o implante oferece uma solução confiável e conveniente.

Ele age suprimindo a ovulação, inibindo a liberação de óvulos pelos ovários, também espessando o muco cervical, tornando o muco no colo do útero mais denso, dificultando a passagem dos espermatozoides. Torna o endométrio, que é a camada de revestimento interno do útero, mais fino, dificultando a implantação do óvulo

Procedimento de Inserção e Remoção:

  • Inserção: O implante é colocado sob a pele do braço, na face interna. O procedimento é rápido e é feito com anestesia local para minimizar o desconforto.
  • Remoção: A remoção também é um procedimento simples e pode ser realizada a qualquer momento, devolvendo a fertilidade normal rapidamente.

Benefícios:

  • Eficácia: Com uma taxa de falha de menos de 1%, o implante contraceptivo é uma das formas mais confiáveis de controle de natalidade.
  • Conveniência: Uma vez inserido, não requer manutenção diária ou visitas frequentes ao médico.
  • Longa Duração: Proporciona proteção contínua por até três anos.
  • Reversibilidade: A fertilidade retorna rapidamente após a remoção do implante.

Considerações:

  • Efeitos Colaterais: Algumas mulheres podem experimentar efeitos colaterais como alterações no ciclo menstrual, dor de cabeça, ganho de peso, ou dor no local da inserção.
  • Contraindicações: Não é recomendado para mulheres com certas condições médicas, como câncer de mama ou problemas hepáticos.

Quando a opção é o Implante:

O implante contraceptivo é uma excelente opção para mulheres que buscam um método contraceptivo de longa duração, eficaz e de baixa manutenção. Com a facilidade de inserção e remoção e uma alta taxa de eficácia, o implante oferece uma solução confiável e conveniente para o controle de natalidade.

Quadro resumo das vantagens e considerações dos métodos contraceptivos: DIU X Implante Contraceptivo:

DIU: Benefícios e Considerações Implante Contraceptivo: Benefícios e Considerações
BenefíciosBenefícios
Alta eficácia (menos de 1% de taxa de falha)Alta eficácia (menos de 1% de taxa de falha)
Longa duração (5 a 10 anos para DIU de cobre, 3 a 5 anos para DIU hormonal)Longa duração (até 3 anos)
Baixa manutenção após inserçãoBaixa manutenção após inserção
Não interfere na relação sexualNão interfere na relação sexual
O DIU de cobre é livre de hormôniosRetorno rápido da fertilidade após a remoção
Redução do risco de câncer endometrial (DIU hormonal)
Pode ser usado por mulheres que não podem usar hormônios (DIU de cobre)
ConsideraçõesConsiderações
Pode causar cólicas e sangramento irregular nos primeiros meses (DIU de Cobre)Pode causar alterações no ciclo menstrual
Inserção e remoção requerem procedimento médicoInserção e remoção requerem procedimento médico
DIU de cobre pode causar menstruações mais intensas e dolorosasPossíveis efeitos colaterais: dor de cabeça, ganho de peso, dor no local de inserção
Não protege contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)Não protege contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)
Contraindicado para mulheres com certas condições uterinas ou infecções pélvicas recentesContraindicado para mulheres com certas condições médicas, como câncer de mama ou problemas hepáticos
Pode se deslocar ou ser expulso do útero (raro)

Eficácia do DIU e do Implante: Comparações e Estatísticas

Taxa de Falha

  • Cobre:
    • Taxa de falha: Aproximadamente 0,8% no primeiro ano de uso.
  • Hormonal:
    • Taxa de falha: Aproximadamente 0,2% no primeiro ano de uso.
  • Implante Contraceptivo:
    • Taxa de falha: Aproximadamente 0,05% no primeiro ano de uso.

Eficácia

  • Cobre: Eficácia de 99,2% no primeiro ano.
  • Hormonal: Eficácia de 99,8% no primeiro ano.
  • Implante Contraceptivo: Eficácia de 99,95% no primeiro ano.

Contraindicações e Quem Deve Evitar Cada Método:

1. DIU (Dispositivo Intrauterino)

Cobre

Contraindicações:

  • Alergia ao cobre ou à cerâmica do DIU.
  • Doença inflamatória pélvica atual ou recente.
  • Sangramento vaginal inexplicado.
  • Doença trofoblástica gestacional.
  • Câncer cervical ou uterino não tratado.
  • Distúrbios anatômicos do útero (ex. fibromas que deformam a cavidade uterina).

Quem Deve Evitar:

  • Mulheres com fluxo menstrual intenso ou cólicas menstruais severas, pois o DIU de cobre pode piorar esses sintomas.
  • Mulheres com anemia grave, devido ao risco de aumento do sangramento menstrual.

Hormonal

Contraindicações:

  • Câncer de mama atual ou prévio.
  • Doença hepática grave.
  • Sangramento vaginal inexplicado.
  • Doença trofoblástica gestacional.
  • Malformações uterinas ou fibromas que distorcem a cavidade uterina.

Quem Deve Evitar:

  • Mulheres com histórico de câncer de mama.
  • Mulheres com doença hepática grave ou tumores hepáticos.
  • Mulheres que preferem manter um ciclo menstrual regular, pois o DIU hormonal pode causar amenorreia (ausência de menstruação).

2.Implante Contraceptivo

Contraindicações:

  • Câncer de mama atual ou prévio.
  • Doença hepática grave.
  • Trombose venosa profunda ou embolia pulmonar.
  • Sangramento vaginal inexplicado.

Quem Deve Evitar:

  • Mulheres com histórico de câncer de mama.
  • Mulheres com doença hepática grave ou tumores hepáticos.
  • Mulheres com risco elevado de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar.
  • Mulheres que podem ter preocupações com a possibilidade de ganho de peso ou alterações de humor, que podem ocorrer com o implante.

Considerações Finais

A escolha entre o DIU e o implante deve ser feita com base em uma avaliação cuidadosa das necessidades individuais, condições de saúde e preferências pessoais. Consultar um ginecologista para discutir todas as opções e possíveis contraindicações é essencial para tomar a decisão mais informada e segura.

Referências Bibliográficas

  1. American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG). (2018). Long-Acting Reversible Contraception (LARC): IUD and Implant. ACOG Practice Bulletin, Number 186. Disponível em: ACOG
  2. Trussell, J. (2011). Contraceptive failure in the United States. Contraception, 83(5), 397-404. doi: 10.1016/j.contraception.2011.01.021.
  3. World Health Organization (WHO). (2019). Contraceptive efficacy of different methods. Disponível em: WHO
  4. Centers for Disease Control and Prevention (CDC). (2016). U.S. Medical Eligibility Criteria for Contraceptive Use, 2016. Disponível em: CDC

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