Dra. Arleia Ribeiro

O HPV (Papilomavírus Humano) é um vírus sexualmente transmissível, causador do câncer de colo de útero.

A prevenção do câncer de colo de útero deve ser realizada através de exames de rastreio (Papanicolaou e biologia molecular) que, quando alterados, a mulher deve ser encaminhada para a Colposcopia e realizar biópsias diagnósticas seguida de tratamentos, interrompendo a evolução para o câncer de colo de útero.

O câncer do colo do útero está entre os principais tipos de câncer que mais mata mulheres em todo o mundo.

Sumário:

  • 1 O que é o HPV
  • 2 Como O HPV é Transmitido?
  • 3 O Que Vou sentir Se Tiver HPV?
  • 4 O Que é A Colposcopia?
  • 5 Quando A Colposcopia É Indicada?
  • 6 Como É Realizada A Colposcopia?
  • 7 Importância Da Colposcopia Na Detecção Do Câncer de Colo De Útero
  • 8 Quais São Os Exames De Rotina e Como Devo Me Prevenir?
  • 9 Vacinação Contra O HPV
  • 10Tratamento E Cuidados Após o Tratamento

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A Dra. ARLEIA RIBEIRO CRM 52-53598-1, RQE 45110, é:

  • Graduada pela Faculdade de Medicina de Valença;
  • Mestre em Saúde Materno Infantil – UFF;
  • Membro Titular da FEBRASGO;
  • Membro Titular da ABPTGIC;
  • Responsável pela Patologia Cervical do Hospital Central do Exército(HCE);
  • Responsável pela Cirurgia Ginecológica do HPMS (Macaé);
  • Preceptora da Residência Médica em Ginecologia no HCE;
  • Preceptora do Internato Médico da Faculdade Estácio de Sá.

Consultório localizado em Icaraí, Niterói à Rua Gavião Peixoto, 70/sala 1607.

Vamos entender melhor como podemos prevenir o câncer de colo de útero em 10 tópicos, de uma forma clara e segura:

1.O que é o HPV?

É um vírus que infecta a pele e as mucosas, estando entre as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais comuns.

Existem mais de 100 tipos de HPV, e aproximadamente 40 deles podem infectar a área genital. Alguns tipos levam a verrugas genitais, enquanto outros podem causar as alterações celulares que, se não tratadas, podem evoluir para câncer, especialmente o de colo de útero

A maioria das infecções por HPV é assintomática e após um período podem desaparecer espontaneamente, mas a vacinação e exames regulares, como o Papanicolaou e Teste para o HPV, e a Colposcopia, são essenciais para a prevenção e detecção precoce de complicações associadas ao vírus.

2. Como o HPV é Transmitido?

O câncer de colo de útero tem prevenção!

O HPV é transmitido principalmente pelo contato sexual de pele ou mucosas, através de relação vaginal, anal ou oral, mas também pode ocorrer transmissão pelo canal do parto.

O preservativo pode prevenir, reduzindo a possibilidade de transmissão, mas não totalmente, pois pode haver o contato com áreas não cobertas pelo preservativo, ocorrendo a transmissão mesmo na ausência de lesões clinicamente visíveis como verrugas.

3. O Que Vou Sentir Se Tiver HPV

O HPV pode aparecer de várias formas, como:

  • Verrugas Genitais: Pequenas saliências ou grupos de saliências na região genital, que podem ser planas, em forma de couve-flor ou elevadas.
  • Verrugas Comuns: Saliências ásperas e elevadas que aparecem nas mãos, dedos ou cotovelos.
  • Verrugas Plantares: Saliências duras que surgem nos calcanhares ou nas plantas dos pés.
  • Verrugas Planas: Lesões planas e levemente elevadas, geralmente no rosto, pescoço ou áreas expostas.
  • Lesões Pré-cancerosas: Alterações celulares no colo do útero, vagina, vulva, ânus ou garganta, que podem ser detectadas por exames de rotina como o Papanicolaou e a colposcopia.
  • Câncer: Em casos raros, infecções persistentes por tipos de HPV de alto risco podem levar a câncer de colo de útero, garganta, ânus, pênis, vagina ou vulva.

A maioria das infecções pelo papilomavírus é assintomática e desaparecem sem tratamento. É importante fazer exames regulares para detectar possíveis complicações precocemente.

lesão condilomatosa vulvar
Foto de Condilomatose Genital

4.O que é a Colposcopia?

 A colposcopia é um exame ginecológico realizado para avaliar detalhadamente o colo do útero, a vagina e a vulva em busca de alterações anatômicas ou sinais de doenças.

Utiliza-se um instrumento chamado colposcópio, que é um tipo de microscópio com uma luz forte que permite ao médico ver as células de maneira ampliada.

O principal propósito é investigar áreas anormais detectadas em exames de rastreio como de Papanicolaou ou exames de biologia molecular.

Também é utilizada para avaliar lesões suspeitas e diagnosticar condições como infecções, inflamações, verrugas genitais, e, principalmente, alterações pré-cancerosas ou câncer. Este exame é essencial para a prevenção e tratamento precoce do câncer de colo de útero.

5. Quando a Colposcopia é Indicada?

  • Resultados Anormais no Papanicolau;
  • Teste de biologia molecular positivo para alto risco;
  • Sangramento Vaginal Anormal;
  • Lesões Visíveis no Colo do Útero;
  • Seguimento de Tratamentos Anteriores;
  • Dor ou Sintomas Persistentes

É um exame que permite uma avaliação minuciosa e, se necessário, a realização de biópsias para diagnóstico preciso, possibilitando a detecção precoce e o tratamento de condições que poderiam evoluir para câncer.

6. Como é Realizada a Colposcopia?

É um exame ginecológico que permite ao ginecologista uma visualização minuciosa do colo do útero, da vagina e da vulva. Aqui está um passo a passo de como o exame é realizado:

  • Preparação da Paciente:

A paciente é posicionada em uma cadeira ginecológica, semelhante à posição para um exame de preventivo

O médico pode explicar o procedimento e responder a quaisquer dúvidas antes de iniciar

  • Inserção do espéculo:
  • Inicialmente é feita a localização e uma boa visualização do colo do útero, posteriormente e realizada a aplicação de soro fisiológico para retirada de possíveis secreções e a identificação de possíveis alterações vasculares
  • Aplicação de Soluções:

É aplicado uma solução de ácido acético 5% no colo do útero e na vagina. Esta solução ajuda a destacar áreas anormais

Posteriormente é aplicada uma solução de Lugol  

  • Exame com o Colposcópio:

O colposcópio, que é um instrumento com lentes de aumento e luz, é colocado na entrada próximo da vagina, sem entrar em contato com a paciente.

O médico examina o colo do útero e a vagina através do colposcópio, procurando por áreas anormais, como lesões ou mudanças na cor e textura dos tecidos.

  • Realização de Biópsias (se necessário):

Se forem detectadas áreas suspeitas, o médico pode realizar biópsias. Pequenos fragmentos de tecido são retirados dessas áreas para análise laboratorial.

A biópsia pode causar desconforto leve ou cólicas, mas geralmente é bem tolerada. Normalmente é realizada com anestésico local

  • Finalização do Exame:

Após o exame e as biópsias, o espéculo é removido

  • Pós-procedimento:

A paciente pode experimentar leve sangramento ou secreção por alguns dias após o exame.

É recomendado evitar relações sexuais, duchas ou uso de tampões por alguns dias para permitir a cicatrização, seguindo a orientação médica

O médico agendará uma consulta de acompanhamento para discutir os resultados da colposcopia e das biópsias.

7. Importância da Colposcopia na Detecção do Câncer de Colo de Útero

A colposcopia é de extrema importância na avaliação e diagnóstico precoce do câncer de colo de útero. Após o resultado do exame de Papanicolaou indicar possíveis alterações, ou Testes para HPV de alto risco positivos.

Este exame vai  permitir a visualização detalhada do colo do útero, da vagina e da vulva para identificar lesões suspeitas.

Com o uso de um colposcópio, o ginecologista pode observar áreas anormais ampliadas e aplicar soluções químicas para destacar alterações celulares. Se necessário, pode-se realizar uma biópsia para análise.

Esse procedimento é fundamental o para o diagnóstico precoce das alterações pré-cancerosas e câncer, permitindo intervenções mais eficazes e o aumento das chances de um tratamento bem-sucedido.

8. Quais São Os Exames de Rotina E Como Me Prevenir HPV?

A prevenção do HPV é prioritariamente através da vacinação, práticas sexuais seguras, exames de rastreio (Papanicolaou e Testes de biologia molecular ) e estilos de vida saudáveis.

A educação e a conscientização são importantes para a implementação eficaz dessas medidas. Seguindo essas estratégias, é possível reduzir significativamente o risco de infecção pelo HPV e suas consequências, promovendo uma vida sexual saudável e protegida.

9. Vacinação contra o HPV – Prevenção Primária.

A vacinação contra o HPV é de extrema importância para a prevenção de infecções por tipos de vírus que podem causar câncer de colo de útero, além de outros tipos de cânceres associados ao HPV, como o câncer de vulva, vagina, pênis, ânus e orofaríngeos.

A vacina é eficaz na proteção contra os tipos mais comuns e contra aqueles vírus considerados de alto risco, ajudando a reduzir a incidência de lesões precursoras que podem evoluir para câncer associados ao HPV.

O ideal é que seja administrada antes do início da vida sexual.A vacina oferece uma proteção duradoura e reduz a propagação do vírus na população.

A vacinação é fundamental na estratégia de saúde pública para a prevenção do câncer e outras doenças relacionadas ao HPV.

A vacina também oferece proteção duradoura contra os tipos mais comuns.

Tipos de Vacinas Disponíveis:

  1. Vacina Quadrivalente (Gardasil 4): Protege contra quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18). Os tipos 16 e 18 são responsáveis por aproximadamente 80% dos casos de câncer cervical, enquanto os tipos 6 e 11 causam a maioria das verrugas genitais.
  2. Vacina Nonavalente (Gardasil 9): Oferece proteção contra nove tipos de HPV (6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58). Esta vacina amplia a proteção ao incluir tipos adicionais que estão associados a cânceres e verrugas genitais.

Quem deve tomar a vacina:

Rede pública – Quadrivalente –Gardasil 4

  • Meninas e meninos de 9 a 14 anos (dose única)
  • Meninas e meninos até 19 anos (que perderam a data – excepcionalmente está sendo realizada);
  • Adultos até 45 anos imunocomprometidos, incluindo pessoa com HIV e AIDS, pacientes oncológicos, ou transplantados (3 doses – intervalo de 2 meses após a 1ª dose e após 4 meses da 2ª dose);
  • Adultos até 45 que façam uso de PrEP (Profilaxia Pré Exposição) ao HIV (3 doses – intervalo de 2 meses após a 1ª dose e após 4 meses da 2ª dose);
  • Vítimas de violência sexual (2 doses de 9 a 14 anos com intervalo de 6 meses) e 15 a 45 anos (3 doses – intervalo de 2 meses após a 1ª dose e após 4 meses da 2ª dose);

A Nonavalente – Gardasil 9, somente é oferecida na rede privada, pode ser feita para meninos e meninas após os 9 anos de idade, e adultos até os 45 anos. São 3 doses, com intervalos de 0-2-6 meses após a 1ª dose e pode ser feita em que já fez a Gardasil 4. Entretanto, nesses casos aguardar um período mínimo de 1 ano após a última dose da Gardasil 4.

10.Tratamento e Cuidados Após o Tratamento do HPV

a. Excisão ou Cauterização de todas as verrugas vaginais, vulvares, e perianais

b. Tratamento de Lesões Pré-malignas no Colo do Útero, após confirmação por biópsia das mesmas.

Excisão de Lesões: Remoção cirúrgica de lesões pré-cancerosas ou cancerosas . Pode ser feita através de conização, onde uma porção do colo do útero é removida, ou por excisão eletrocirúrgica com alça (LEEP).

Pode ser realizado ainda por laser ou crioterapia

Deve ser evitadas relações sexuais e esforços físicos após a cirurgia

Observar sinais de infecção, como secreções com odor fétido ou febre, ou ainda sangramentos aumentados no pós operatório

Manter a higiene íntima

E fazer o seguimento com realização regular de Papanicolaou e testes de biologia molecular para monitorar possíveis recidivas de acordo com a orientação do seu ginecologista

https://colposcopia.org.br

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